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Duna - filme 2021

Atualizado: 2 de mar.

Uma obra prima

Eu havia terminado de ler o livro um pouco antes de assistir ao filme no final de semana de estreia, e posso afirmar que é uma das melhores adaptações cinematográficas de um livro de ficção científica que eu tive o prazer de assistir. Como não sou crítico de cinema, mas apenas uma admirador da sétima arte, não terei a pretensão de avaliar os aspectos técnicos da obra, mas apenas minha experiência como espectador.


Duna, o livro, como já resenhamos aqui no Red Umbrella, mistura misticismo, política e ecologia planetária, numa grande aventura em que disputas entre bem e mal, vilania e retidão, tradição e novos conceitos, transformam indivíduos e definem a sobrevivência da nossa espécie. Um verdadeiro triunfo da imaginação humana, mas, ao mesmo tempo, um verdadeiro desafio para ser adaptado ao cinema. Além de um universo próprio, com cenários grandiosos e personagens variados e complexos, Duna possui uma narrativa densa e recheada de referências místicas, religiosas e metafísicas, algo difícil de traduzir em duas horas de filme, ou até mesmo em quatro.


O filme, entretanto, consegue levar para o espectador, mesmo para aquele que não leu o livro, a essência da obra de Frank Herbert. Dirigido por Denis Villeneuve e escrito por ele, Jon Spaihts e Eric Roth, a produção abrange os acontecimentos da primeira metade do livro. A história começa no planeta Caladan, terra natal de Paul Atreides (Timothée Chalamet), personagem central da trama. Mesmo com algumas cenas que não faziam parte do livro, como a chegada, com toda a pompa e circunstância, do mensageiro do Imperador para avisar ao Duque que eles iriam assumir o controle do Planeta Arrakis, o início do filme consegue transmitir ao espectador a grandiosidade da Casa Atreides e o poder do Imperium. Além, claro, de criar um contraponto entre a verdejante Caladan, onde a água é abundante, com o seco e inóspito planeta Arrakis.


O restante do filme segue a trama do livro, com exceção do banquete dado pelo Duque ao chegar ao Planeta Arrakis para as elites locais que não aparece na tela. De qualquer forma, o fio da história não se perde e o espectador consegue entender o impacto da chegada dos Atreides ao planeta e sua disparidade com os cruéis Harkonnen.


Com ótimos cenários e figurinos, caracterizando com fidelidade aqueles descritos por Frank Herbert no seu livro, Duna acaba sendo bem diferente daqueles filmes de ficção científica a que estamos acostumados (e.g. Star Wars, Star Trek, Alien etc.). Sem inteligências artificiais, robôs assassinos ou armas de destruição sofisticadas, as relações humanas acabam sendo preponderantes, mesmo com algumas idiossincrasias típicas de uma civilização a 20 mil anos de distância. Os conflitos pessoais e os aspectos psicológicos acabam se tornando tão importantes quanto as cenas de ação, fazendo com que o filme nos envolva numa atmosfera bem parecida com aquela vivenciada pelo leitor do livro.



Veja o trailer oficial:















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