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Foto do escritorRenata Castro

Corte de Asas e Ruína - Sarah J. Maas

Atualizado: 4 de fev.

Um final inesperado ou, talvez, óbvio demais?


[Alerta de Spoiler] - se você ainda não leu os livros, esta resenha narra alguns acontecimentos deste terceiro volume.


Preciso começar dizendo que o desfecho dessa trilogia foi algo bem decepcionante para mim, basicamente, por três motivos.

1. Altas expectativas - Quem leu minhas resenhas de Corte de Espinhos e Rosas e Corte de Névoa e Fúria pôde notar o quanto eu estava empolgada com a trama que, mesmo sendo bastante juvenil, traz um enredo interessante e uma boa construção dos personagens principais. Confesso que terminei o segundo livro querendo emendar no terceiro pois Sarah Maas soube deixar os gatilhos certos para o que deveria ser um desfecho empolgante da trilogia.


2. Fanfics - Quando eu estava pesquisando para escrever as duas primeiras resenhas encontrei vários sites de fãs contando suas experiências de leitura, interpretações sobre a história e especulação sobre possíveis destinos dos principais personagens, sobretudo, Feyre e Rhysand. Eu tinha inicialmente achado que tinha caído num tipo de spoiler e comecei a ler Corte de Asas e Ruína esperando que certas coisas acontecessem. Foi uma tolice que gerou uma enorme decepção conforme a trama seguia numa direção muito diferente.

3. Plausibilidade - Essa é uma palavra complicada de usar quando estamos falando de uma história de fantasia, mas eu poderia usar uma ainda mais controversa, verossímil. Isso porque, apesar de uma história fantástica, num universo fantástico e com personagens fantásticos alguma ancoragem na realidade tem sempre que existir para que o leitor consiga se conectar e, muitas vezes, se identificar com o protagonista.


Foi precisamente neste terceiro ponto que meu “amor” por ACOTAR azedou. Tudo bem, Feyre é uma personagem interessante com um início de vida contrastante e cheio de sofrimentos até magicamente se tornar uma feérica. Até aí, normal, receitinha batida da jornada do herói que todo o autor de histórias épicas lança mão uma hora ou outra. Eu gostei muito como Sarah tratou isso nos primeiros dois livros a ponto de, como eu disse, me deixar com vontade de ler logo o próximo volume.


O problema é que, ao meu ver, ela perdeu a mão. Feyre é uma menina de uns 20 anos convivendo com pessoas que tem séculos, muitos, de vida e, do nada, só porque ela virou feérica e grã-senhora passa a agir como se tivesse a bagagem de vivência dos seus companheiros.


Eu achei isso de uma dissonância incrível e comecei a criar uma antipatia por ela. Mas, minha maior decepção foi com Rhysand. Como alguém que é temido por ser o mais cruel dos grão-senhores, capaz de atrocidades indizíveis, se deixa levar por uma moleca só porque é sua “parceira”?


Desnecessário dizer, mas vou dizer assim mesmo que, nesse ponto, percebi porque essa série de livros é voltada ao público juvenil. Não dá, para alguém que sabe que é preciso bater muita cabeça pra adquirir alguma sabedoria de vida, aceitar que um jovem, praticamente, um pós-adolescente, magicamente se torne sábio, líder e arrebatador para seus pares que, literalmente, viveram centenas de anos de guerras, intrigas e adversidades. Nesse ponto, o livro morreu pra mim e terminei a leitura meio que obrigação e só pra passar “raiva” no final.


Raiva é um exagero, lógico, mas o desfecho da história foi bem decepcionante. Previsível. Muitas resenhas falam em plot twist, mas eu não achei, sinceramente. O que estava para acontecer para mim estava tão claro que cheguei a ficar entediada enquanto lia.

Outra coisa que gerou imensa decepção foi toda a tensão que a autora construiu em cima de dois personagens secundários, porém, muito fortes e com bastante potencial. Nesha e Cassian poderiam ter salvado o livro, mas Sarah achou que seria comercialmente mais interessante deixar isso para uma história spinoff (que eu não vou ler, com certeza).


Resumindo, por ora, cheguei ao fim da minha saga com Maas e já estou de volta à literatura mais adequada a minha faixa etária rs. Sem desmerecer a criatividade e a proposta, a saga ACOTAR continua sendo uma ótima história que sigo indicando para aqueles que ainda estão no início da sua jornada literária. Afinal, qualquer um que cumpre a nobre missão de cativar novos leitores é digno de admiração e respeito.



Notas sobre o livro: Editora ‏: ‎ Galera; 26ª edição (2017); Capa comum ‏ : ‎ 686 páginas. Clique aqui para acessar a loja da Amazon e comprar o livro.

Notas sobre a autora: Sarah J. Maas é uma escritora americana de fantasia, sua obra alcançou o patamar de best-seller do New York Times e USA Today. Ela nasceu em 1986, em Nova York e frequentou o Hamilton College, onde se formou em literatura criativa. Por 3 anos consecutivos, a autora ganhou o Goodreads Choice Awards, uma grande premiação literária que é decidida pelos leitores, na categoria Melhor Fantasia e Ficção Científica Young Adult.


Notas sobre a editora: O selo Galera foi criada em 2007 e pertence ao Grupo Editorial Record. Sua proposta era, e continua sendo, atender ao público de 12 a 20 e muitos anos — leitores ávidos por novidades que falem a sua língua e retratem temas com os quais se identifiquem. Reúne títulos que vão da aventura ao mundo da moda; da ficção científica ao primeiro amor; da magia à fofoca; da fantasia ao rock.





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