Churchill é o cara
Impressionante biografia de um dos maiores políticos e estadistas da humanidade. Uma acurada e extensa pesquisa documental que se traduz numa verdadeira aula de história, sobretudo a respeito da primeira metade do século XX. Este primeiro volume trata da vida de Churchill desde sua infância, no final do século XIX, até o final de 1934, quando, fora do governo, mas não do Parlamento, alertava o povo britânico sobre a necessidade de preparar o país para a crescente ameaça nazista.
Churchill, nascido de uma família aristocrática, cujo pai era um famoso político conservador, era um liberal por natureza, defensor ferrenho do livre comércio e da competição aberta. Apesar disso, iniciou sua vida política no partido do pai, sendo eleito pela primeira vez para o Parlamento em 1900, com 25 anos de idade. Em 1904, manifestando descontentamento pela política protecionista do governo conservador, ingressa no partido liberal e se torna oposição pela primeira vez. Os liberais se tornam governo em 1905, e em 1908, com 33 anos, Churchill assume seu primeiro cargo no gabinete do governo, a presidência da Junta de Comércio. Logo depois se torna Ministro do Interior e em seguida Primeiro Lorde do Almirantado. Ao longo da Primeira Guerra Mundial ocupa outros cargos ministeriais, mas logo após a volta dos conservadores ao poder no final de 1922, e com o enfraquecimento do partido liberal, Churchill retorna ao partido conservador por considerá-lo o único com base forte o suficiente para derrotar o socialismo. Em 1924 é nomeado Ministro das Finanças. Após a derrota dos conservadores nas eleições de 1929 para o partido trabalhista, ele experimenta um pequeno período fora das questões de governo.
Orador brilhante e escritor talentoso, Churchill era um amante da democracia. A tirania, para ele, era uma inimiga da raça humana. Preocupado com as questões sociais, defendeu a implementação do seguro-desemprego e da pensão para idosos e viúvas na Inglaterra do começo do século, nação ainda assolada por profundas divisões entre ricos e pobres. Visionário, alertava para os perigos que a vitória dos bolcheviques em 1917, na Rússia, representaria para a Europa e para o próprio país, além de prever a predominância da aviação nas guerras futuras. Lutou nas trincheiras da frente ocidental durante a Primeira Guerra Mundial, um interlúdio entre o almirantado e sua nomeação para o Ministério das Munições. Envolvia-se com afinco e extrema dedicação em todos os projetos e cargos que ocupava. Apesar disso, sabia apreciar seus momentos de lazer com luxo e conforto, sempre viajando pela Europa e pelo mundo para curtir férias ou mesmo compromissos não oficiais.
Pai de 5 filhos (4 meninas e 1 menino), era casado com uma liberal por educação e convicção, Clementine Spencer-Churchill (antes Clementine Hozier). Apesar do pouco tempo que passava com a família devido à incessante dedicação a tudo que resolvia empreender, ela era sua base de apoio. Uma de suas filhas, uma menina chamada Marigold (chamada carinhosamente de "Duckadilly"), morreu de meningite com apenas dois anos e meio de idade.
A riqueza e complexidade de suas experiências quase sempre vinham acompanhadas com um certo humor e reflexões filosóficas. Para Churchill, grandes coisas devem ser feitas em vida por aqueles que atingem certa escala de compreensão e de poder, e enquanto tivermos saúde, devemos realizá-las da melhor maneira possível, não nos contentando senão com as melhores e mais verdadeiras soluções.
E que venha o segundo volume.
Comentários