
O Diabetes Mellitus (DM) é a um transtorno metabólico, caracterizado por hiperglicemia, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. O DM é classificado em duas principais categorias: o Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), caracterizado por deficiência absoluta de secreção de insulina e causado por um processo autoimune (quando o sistema imunológico ataca a própria célula; e o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM 2), ocasionado por uma combinação de resistência à ação da insulina. As complicações do Diabetes Mellitus podem ser classificadas como agudas e crônicas. Dentre as complicações agudas são: a cetoacidose (níveis de glicose no sangue encontram-se muito altos e estão acompanhados do aumento da quantidade de cetonas também) e a hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue). Dentre as complicações crônicas são problemas na visão, doença renal, neuropatia (afeta os nervos periféricos das extremidades, como mãos e pés) e doença cardíacas.
Apesar dos riscos de complicações para o paciente, menos de 60% das pessoas com diabetes seguem as prescrições. Dentre os principais fatores estão: falta de acesso ao medicamento, a introdução da polifarmácia (uso de múltiplas medicações para diferentes comorbidades), os efeitos colaterais relacionados aos medicamentos, a via de administração, a relação profissional-paciente, o esquema terapêutico, fatores psicológicos, a frequência de encontro com profissionais da saúde, o tempo dispensado para a consulta, a linguagem, o acolhimento e a motivação para o cumprimento, a dificuldade de compreensão da doença e a importância do tratamento. Essa complexidade de fatores contribui para dificultar a adesão ao tratamento médico, o que impacta negativamente no controle do diabetes e na prevenção das complicações, uma vez que o paciente é o protagonista do sucesso de seu tratamento. O paciente com diabetes precisa adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades que o capacitem para o autocuidado.
A saúde digital centrada no paciente com diabetes, como a plataforma Demedia, é uma das estratégias que pode contribuir para essa capacitação ao autocuidado e proporcionar o controle glicêmico adequado. Essas ações podem ter como alvo rastrear quem possuí alto risco para desenvolver a doença e assim iniciar cuidados preventivos; além de rastrear quem possui diabetes, a fim de oferecer o tratamento precoce. O paciente com adesão ao tratamento médico, empoderado de conhecimento e com acesso à plataformas digitais que o auxiliam no processo de autocuidado tende a produzir uma série de benefícios a sua própria saúde e qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
1.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de atenção básica: Estratégia para o cuidadoda pessoa com doença crônica – Diabetes Mellitus. 1° Ed. Brasília. Editora MS.
2. QUINTANA. M. C. Estratégias para melhorar a adesão ao tratamento não medicamentoso em pacientes diabéticos no programa de saúde da família. 2015. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Saúde da Família) – Universidade Aberta do SUS, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2015.
3. INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION. IDF Diabetes Atlas, 8° Ed. Brussels: International Diabetes Federation, 2017.
4. FARIA, H. T. G. Fatores relacionados à adesão do paciente diabético à terapêutica medicamentosa. 2008. Dissertação (Mestrado em Enfermagem Fundamental) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.
5. OLIVEIRA, K. C. S; ZANETTI, M. L. Conhecimento e atitude de usuários com diabetes mellitus em um serviço de atenção básica à saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 45, n. 4, p. 862-868, 2011.
6. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de atenção básica: Estratégia para o cuidado da pessoa com doença crônica – Diabetes Mellitus. 1° Ed. Brasília. Editora MS.
2013.
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