Decepcionante
O livro se propõe a fazer uma análise isenta da história americana, distanciando-se, como nas palavras dos autores, da visão maniqueísta que tem orientado muitos livros publicados sobre o tema. Desafortunadamente, o livro acaba por traduzir uma postura crítica em demasia ao modelo de desenvolvimento tanto da economia quanto da sociedade norte-americana e, por outro lado, uma ode nada velada ao comunismo revolucionário que, nas palavras do livro, tanto contribuiu para o fortalecimento dos movimentos sociais norte-americanos. Você pode notar esse maniqueísmo escancarado num certo louvor a personagens e passagens históricas que se contrapunham às desigualdades criadas pelo rápido crescimento econômico ocorrido em alguns momentos, bem como às reações de movimentos sociais aos períodos de depressão e crises. Esta posição é reforçada pela visão pessimista da livre concorrência e da pouca valorização das inovações trazidas pelo "desigual" sistema econômico dos Estados Unidos. A conclusão final é uma tentativa de seguir a linha anti-maniqueísta proposta no início do livro procurando uma análise isenta do papel ambíguo que a sociedade norte-americana no mundo atual, mas não consegue salvar a desastrosa tentativa de condução do leitor ao modelo de pensamento de alguns (ou de todos) os autores.
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