Um espetáculo para assistir no cinema
Sequência não esperada (e não necessária, diga-se de passagem) do aclamado Gladiador, sucesso de público e crítica há 24 anos atrás, Gladiador II é uma super produção que deve ser obrigatoriamente assistida nos cinemas, de preferência em salas IMAX. Com um orçamento que girou em torno de US$ 310 milhões, 3x mais do que o filme anterior, o épico agrada e entretém, mas não arrebata.
A história se passa na Roma dos Imperadores Geta e Caracala (211 d.C), cerca de 16 anos após a morte de Maximus (Russell Crowe), o herói do primeiro filme. Lucius (Paul Mescal), seu filho com Lucilla (Connie Nielsen), filha do ex-imperador Marco Aurélio, se encontra na Numídia, região da África, combatendo os romanos.
Exilado pela mãe quando tinha 12 anos, para não ser morto durante a sucessão de Commodus, seu tio, Lucius, agora conhecido como Hanno, é capturado pelo exército romano, comandado pelo General Acacius (Pedro Pascal), e é levado para Roma. Agora escravo, ele acaba nas mãos de um rico traficante de armas e proprietário de gladiadores, Macrinus (Denzel Washington). Ambicioso, Macrinus, mesmo sem saber de sua verdadeira identidade num primeiro momento, o treina para ser um gladiador e lutar no Coliseu, mas seus planos vão muito além disso.
Lucius, que até então negava sua verdadeira identidade, acaba se reconciliando com seu passado e passa a lutar ao lado daqueles que tramavam derrubar o tirânico e sanguinolento governo dos irmãos imperadores, interpretados pelos atores Fred Hechinger (Caracala) e Joseph Quinn (Geta). Ele é a representação do herói romântico e virtuoso.
Dirigido por Riddley Scott, o filme conta com ótimas cenas de batalha e lutas bem coreografadas, apesar de certos exageros, como a batalha naval (naumaquia) que envolve tubarões famintos num Coliseu inundado.
Posso dizer que o filme é grandioso, mas não empolga. Alguns personagens, como os irmãos imperadores, são apresentados de forma caricata e excessivamente teatral. Mesmo o brilhante Denzel Washington está morno em sua atuação como Macrinus, e talvez não por sua culpa, mas por causa de um roteiro um pouco óbvio demais. Pedro Pascal, como o General Acacius, talvez represente melhor esta obviedade com seu idealismo ingênuo. O mesmo acontece com Paul Mescal, no papel de Lucius, personagem principal da trama. Mesmo sem o carisma de Russell Crowe, ele tem uma boa atuação, mas o roteiro também não o ajudou.
Há também concessões históricas e temporais referentes à Roma Antiga, mas isso é perfeitamente perdoável por se tratar de um épico e não fere a compreensão do roteiro, muito pelo contrário.
Apesar destes pontos negativos, Gladiador II é um espetáculo para os olhos. Diverte, entretém e vale o ingresso. Uma super produção digna do nome.
Assista ao trailer oficial:
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