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Fogo & Sangue - George R. R. Martin

Atualizado: 4 de fev.


Aegon, o Conquistador e Balerion, o Terror Negro


Fogo, Sangue, Glória e Destruição


Fogo & Sangue narra a história, através dos relatos das obras do Arquimeistre da Cidadela de Vilavelha, Gyldayn, dos primeiros 300 anos desde a conquista de Westeros por Aegon, suas duas irmãs e esposas Visenya e Rhaenys e seus dragões Vhagar, Meraxes, e Balerion que, juntos, formavam as três cabeças de dragão, brasão da Casa Targaryen.

Aegon e suas irmãs e esposas Rhaenys e Visenya


[Alerta de Spoiler] - Essa resenha faz citações explícitas aos livros Crônicas de Gelo e Fogo. Leia por sua própria conta e risco ;-)


Logo no começo do livro acompanhamos o relato da Conquista dos Sete Reinos, da longa construção da Fortaleza Vermelha e de porque Aegon derreteu as espadas de seus inimigos para criar o Trono de Ferro. Ao final deste volume, temos uma excelente construção histórica dos acontecimentos anteriores aos vistos em GoT e também nos livros que deram origem à série. Também passamos a suspeitar qual é a possível origem dos três ovos de dragão que chegaram a Daenerys como presente de casamento.


No momento presente, as gravações da primeira temporada de House of the Dragon inspirada nos relatos do primeiro volume (e, provavelmente, do volume dois - que não existe, já que George R.R. Martin assinou um contrato milhardário com a HBO), estão em andamento com previsão de estreia em 2022.


Com invariáveis casamentos consanguíneos e tios e sobrinhos, irmãs e irmãos reproduzindo como coelhos (Jaehaerys teve 13 filhos com sua irmã Alysanne, por exemplo) é bem difícil acompanhar as linhagens sucessórias que, aliás, eram invariavelmente masculinas (fico pensando o que Daenerys teria achado disso…). Há algumas mulheres fortes na trama mas são todas sufocadas pelas circunstâncias, vítimas de sua própria audácia (alô, Cersei, beijo pra você. rs)


E, justamente por causa desse preocupação em manter a família Targaryen pura e primogênita, é que todo o arcabouço de intrigas, chantagens, casamentos políticos, assassinatos e traições se desenrola ao longo dos primeiros 136 anos desde a conquista por Aegon, o dragão.


O evento mais icônico, algumas vezes referenciado em Crônicas de Gelo e Fogo, é o intervalo de 4 anos do curto reinado de Aegon II (129 d.C. a 131 d.C.) que ficou conhecido como a Dança dos Dragões. Uma trama vil e sangrenta que quase exterminou os descentes de Valíria na história de Westeros e mostrou toda a loucura de que os Targaryen são capazes.


Embora o segundo volume não tenha previsão de lançamento e não tenhamos muita ideia do que ocorreu nos 114 anos seguintes - não pouco mais do que já sabemos sobre o Aerys II Targaryen, o Rei Louco, pai de Daenerys, do primeiro volume - pode-se tranquilamente inferir que os Targaryen são, com raríssimas exceções, egocêntricos, arrogantes e intrinsicamente fadados a loucura desde sempre. De acordo com o Rei Jaehaerys, a loucura e a grandeza na família são dois lados da mesma moeda. "Sempre que um novo Targaryen nasce, os deuses atiram uma moeda ao ar e o mundo segura a respiração para ver de que lado cairá.


Também aprendemos que os Baratheons já foram amigos da Casa Real, mais do que isso, o fundador da casa era meio-irmão bastardo do Conquistador, e foram vassalos fieis até traírem os dragões na Revolução de Robert.


Quanto aos Lannisters, podres de ricos desde sempre, são do tipo que mantém uma aparência de lealdade mas sempre com atitudes meio dúbias que te deixam desconfiado. Nenhuma novidade.


Quanto as demais Casas, descobrimos uma base sólida e consistente com os acontecimentos apresentados em GoT e também nos livros. Greyjoys briguentos, Martells insubordinados, Tyrells políticos e Starks poderosos, a sua maneira.


Há também várias relatos detalhados de Casas menores e irrelevantes que apenas parecem retratar a capacidade de imaginação infinita do autor mas sem qualquer senso prático para os acontecimentos realmente significantes para o desenrolar da história dos sete reinos. Mas há uma boa quantidade de informação interessante sobre a participação das Três Irmãs - as cidades livres de Lys, Myr e Tyrosh que ajudaram a fomentar a Dança dos Dragões e seus importantes desdobramentos.


E, claro, também temos dragões. Muitos dragões! Se a HBO for fiel ao livro e o orçamento de CGI for compatível, teremos cenas magníficas e batalhas espetaculares com e entre essas criaturas fantásticas, com certeza, protagonistas de tudo o que acontece dentro e fora de Westeros nesse primeiros 300 anos de Dinastia Targaryen.


A terrível batalha entre Maegor, o Cruel, cavalgando Balerion,

contra seu sobrinho Aegon, o Sem Coroa


A leitura de Fogo & Sangue é, por vezes, bem maçante, com excesso de detalhes irrelevantes. A narrativa em terceira pessoa citando outras terceiras pessoas também é meio sonolenta e pulei vários parágrafos por diversas vezes.


Foi difícil vencer as 664 páginas. É, definitivamente, uma leitura para fãs que desejam conhecer melhor o fundamento histórico do universo de GoT mas que vale a pena se o fizer imaginando como isso será representado nas telas, principalmente, levando em conta as belíssimas ilustrações do livro.





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