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Anônimo - filme Netflix

Atualizado: 18 de fev.



Porque ninguém admira homem sem atitude


Com passagem discreta pelos cinemas, Anônimo, ou Nobody no título original, vem fazendo sucesso na Netflix. Mas como eu não tenho acompanhado as últimas tendências, resolvi assistir ao filme por indicação do meu filho. E gostei muito, como ele mesmo havia previsto.


A produção é de Ilya Naishuller e o roteiro de Derek Kolstad, o mesmo de John Wick. E esse detalhe, por si só, já justificaria assisti-lo. Para quem gosta de filmes de ação com muita violência e mocinhos fazendo papeis de justiceiros, é um prato cheio.


O protagonista é Hutch Mansell (Bob Odenkirk, que fez o papel de Saul Goodman na série Breaking Bad), um pai de família com uma vida bem comum e até certo ponto entediante, que tem sua casa invadida por dois assaltantes e, apesar de ter a chance de reagir, resolve na última hora deixar os ladrões fugirem. Sua inércia acaba decepcionando seu filho adolescente que não entendeu o motivo da falta de iniciativa do pai, e leva o espectador a imaginar que ele é apenas um homem ordinário tentando não piorar ainda mais as coisas.


Só que, depois deste episódio, começamos a perceber que Hutch não é bem o que aparentava ser. Sem avisar à esposa Becca (a atriz dinamarquesa Connie Nielsen) e aos filhos, ele sai à caça dos bandidos para recuperar a pulseirinha perdida da filha que, supostamente, havia sido levada pelos ladrões no roubo à sua casa. A busca acaba desencadeando uma série de eventos que revelarão suas habilidades extremamente letais, um temperamento explosivo contido e uma tolerância zero com criminosos.


Ao cruzar com um bando de marginais no caminho de volta para casa, ele acaba mandando para o hospital o irmão de um perigoso mafioso russo, Yuilian Kuznetsov (o ator também russo Alexei Walerjewitsch). A partir daí, Hutch vê sua família ameaçada e resolve colocar em prática toda a sua experiência pregressa. Descobrimos então que, por trás da fachada de homem comum, ele é um ex-agente especial, um habilidoso assassino treinado para ser uma espécie de última medida para eliminar inimigos.


Para enfrentar a máfia russa, Hutch acaba recebendo auxílio de seu irmão Harry (o ator e músico RZA) e de seu pai David (o veterano Christopher Lloyd), também assassinos aposentados, o que acaba dando mais consistência para a trama e tornando-a ainda mais divertida. As cenas finais e o pós crédito levam a crer que poderá haver uma continuação, o que não seria nada mal.


O roteiro acabou acertando a mão ao agradar os fãs do gênero e até quem não é por alguns motivos: o primeiro é que, a despeito da influência do politicamente correto, ninguém gosta de homem sem atitude, mesmo os pacatos e ordeiros. O segundo é que agir em defesa da família é praticamente uma obrigação para qualquer pai, e a grande maioria das pessoas admira isso. O terceiro é que muita gente está cansada de histórias com mensagens dúbias a respeito do papel do homem e da relativização da masculinidade. Claro que ninguém quer esse tipo de violência no seu dia-a-dia, mas imaginamos, pelo menos em algumas situações, que a luta contra o mal não pode prescindir dela.


E você, o que achou? Deixe sua opinião nos comentários.



Assista ao trailer:








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