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Foto do escritorDalmo Moreira Junior

Bienal do Livro 2021- Impressões - Parte 3

Atualizado: 22 de dez. de 2021

Seguimentos New Adult e Literatura Fantástica se consolidam


Bem vindo a terceira e última parte das nossas impressões sobre a Bienal desse ano. Se você não leu ainda as primeiras partes, veja como foi o evento e quais as principais tendências do mercado editorial.


Tendência que vem crescendo em ritmo constante na última década, os livros voltados aos gêneros literários Young Adult, New Adult e Fantasia estão definitivamente consolidados a julgarmos pelos inúmeros títulos disponíveis e selos específicos criados pelas grandes editoras para tenderem melhor a estes públicos.


O Young Adult é uma categoria voltada para leitores dos 14 aos 20 e poucos anos com livros cujos personagens vivem histórias, dramas e angustias típicas de quem também está nessa mesma faixa etária. É um mercado de base, formando uma nova geração de leitores. Um exemplo emblemático deste segmento é Thalita Rebouças com sua série de livros "Fala Sério, Mãe" que a elevou em edições anteriores ao título de "rainha da Bienal".


O gênero New Adult, normalmente, recepciona os leitores Young Adult, agora, com livros que abordam temas mais adultos, com traumas e vidas permeadas por tragédias, incluindo cenas mais explicitas de violência, sexo - muitas vezes, erótico -, uso de drogas e transtornos psicológicos variados. É responsável por alguns dos "best sellers" lideres de vendas no Brasil e no exterior como A Garota do Lago (Charlie Donlea), Amor & Gelato (Jenna Evans Welch), Todas as suas (im)perfeições ou É assim que acaba (os dois de Colleen Hoover).


Literatura fantástica está longe de ser um gênero literário "novo". Essa categoria abarca grandes nomes da literatura mundial com Tolkien, Wells, Lewis, Hebert, Martin, Howling e tantos outros. Porém, mais recentemente, todo um novo segmento foi moldado para capturar a atenção dos New Adults e outras gerações, por que não?


O que vimos na Bienal foram dezenas de títulos, vários deles, sagas com três, quatro ou mais livros que veem arrebatando legiões de fãs que, inclusive, expandem seus universos originais em inúmeras fanfics.


Com histórias menos complexas e elaboradas mas ainda com vários elementos fantásticos cativantes que incluem seres mitológicos e mágicos, guerras, romances, intrigas e enredos pessoais de superação, séries com Corte de Espinhos e Rosas e Trono de Vidro (ambos de Sarah Mass), O Príncipe Cruel (Holly Black) e Rainha Vermelha (Victoria Aveyard) aparecem há semanas, anos, nas listas dos mais vendidos.


Ainda que não seja para todos e muitos, até, não considerem o gênero como literatura "raiz", é inegável o papel que esses e outros autores têm no desenvolvimento de novas gerações de leitores, em manter o mercado editorial aquecido, na explosão de perfis literários nas redes sociais e, por que não, no sucesso de público da Bienal.


Então, em todos o sentidos o saldo é bastante positivo e reflete o mundo em constante transformação. E nunca esquecendo que o importante é manter os leitores engajados nos livros frente a tantas outras opões de consumo mais rápido e até meio preguiçoso das redes de streaming, por exemplo.


Um brinde a todos os escritores que mantem nossos jovens em frente a um livro e não a uma tela e viva a Bienal!

 

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