Do latim opinĭo, opinião é um juízo de valor que se emite sobre algo questionável. Ela também é aquilo que se acha relativamente a algo ou alguém, é o parecer (podendo ser favorável ou não) que se dá.
Na visão da filosofia, opinião é uma proposição onde não se tem a confiança total sobre a verdade do conhecimento. Em outros termos, a opinião admite a possibilidade de erro por não haver evidência plena. Neste sentido, ela seria uma afirmação com menor evidência da verdade do que uma certeza.
A opinião, de qualquer modo, costuma estar associada aos juízos subjetivos. A frase “Este carro tem quatro rodas” não é uma opinião, uma vez que se pode averiguar a verdade, bastando observar o veículo em questão e constatar os fatos. No entanto, uma frase do tipo “Este é o melhor carro da atualidade” já é uma opinião, pois depende da subjetividade da pessoa.
Em seu livro "Imerso em Pensamentos: os prazeres secretos da vida intelectual", Zena Hitz nos diz que a formação de uma opinião tem tão pouco a ver com a investigação quanto o politicamente correto tem a ver com o conhecimento da verdade. Logo, promover diversidade de pontos de vista é quase tão superficial e artificial quanto as doutrinações que se pretende substituir. Quanto debatemos um certo assunto, criamos argumentos ainda mais eficazes para aquilo que já acreditamos. Um debate raramente estimula um mergulho sincero - pelo menos não com a eficácia de um bom livro, uma questão humana fundamental ou uma conversa viva e aberta.
Para Olavo de Carvalho, ainda que a opinião seja um direito de todos, isso não significa que ela precisa ser respeitada. Respeitar é valorizar. Se valorizo uma opinião, faço-a também minha ao menos parcialmente e, neste caso, não estou respeitando uma opinião alheia, e sim a minha própria. Na nossa sociedade, em geral, "respeitar a opinião alheia" tem uma nuance especial: significa abster-se de tentar mudá-la. E se não tento mudar uma opinião da qual discordo, é que não me importo de que o sujeito a tenha. Ele que pense o que quiser. "Respeitar a opinião alheia" significa, então, desprezá-la.
Atualmente, o excesso de opiniões sobre praticamente tudo é uma externalidade negativa provocada pelo relativismo. A negação dos valores universais e da verdade propriamente dita provocaram uma verdadeira bagunça cognitiva no mindset da sociedade. Se tudo é possível e passível de uma opinião, nada é possível e passível de aceitação.
As narrativas impostas pelas ideologias progressistas são uma tentativa de transformar opiniões em verdades absolutas, uma espécie de transverdade. Quando respeitamos essas opiniões, nos calando e nos omitindo, estamos, de certa forma, colaborando não apenas para a subjugação do nosso próprio direito de termos uma opinião, mas também da destruição do que realmente acreditamos.
Somente a sabedoria, nascida do verdadeiro conhecimento, nos dá a coragem necessária para dizermos não a todo esse movimento e dizermos sim aos valores que herdamos de nossos antepassados.
Sola veritas servat.
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