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O que é Inovação Aberta? (Parte 6) - Renata Castro

Atualizado: 1 de dez. de 2021

Bem-vindo novamente!


Na semana passada, falamos sobre os Curva de Adoção de Inovação e encerramos a parte mais teórica com os principais conceitos sobre o que é inovação. Agora, chegou o momento de falarmos um pouco sobre Inovação Aberta.


A inovação aberta é, fundamentalmente, sobre operar

em um mundo de conhecimento abundante onde

nem todas as pessoas espertas trabalham para você,

então é melhor você encontrá-las, se conectar com elas

e se inspirar naquilo que sabem fazer."


Henry Chesbrough

Diretor Executivo, Center for Open Innovation

Haas School of Business, UC Berkeley


Nas primeiras cinco partes da nossa série de artigos, vimos como inovar é condição estratégica para que as empresas mantenham-se em seus mercados e explorem novas oportunidades. Também ficou claro que o processo inovativo envolve uma variedade de riscos, sejam tecnológicos ou de mercado, muitas vezes, uma combinação desses.


E que, além disso, demanda investimento em recursos humanos extremamente qualificados, infraestrutura verticalizada e sofisticada em laboratórios de P&D e linhas de produção, além de tempo para que a pesquisa vire tecnologia e, então, amadureça e esteja pronta para, de fato, ser um produto que chegue ao mercado. É o modelo tradicional, a inovação fechada que gera produtos e resultados sem cooperação de parceiros externos. (West e Gallagher, 2006).


Porém, ciclos de inovação mais curtos e ágeis que levam mais rápido os produtos ao mercado, demandam um aumento de custos associados à P&D que precisam se justificar frente à escassez de recursos disponíveis, o que acaba por induzir que as empresas procurem por novas estratégias de inovação.


Mas, se inovar é preciso, o que as empresas e o ecossistema de inovação como um todo, podem fazer para mitigar a variedade de riscos inerentes ao processo inovativo?


Um das respostas é o ecossistema se reorganizar em um modelo aberto, colaborativo, de se fazer inovação, muito diferente do modelo de inovação fechada, auto referenciado, auto contido - e, caro.


Inovação aberta como oportunidade estratégica


Ainda que as empresas deem preferência a continuarem centralizando seus fluxos de inovação, Chesbrough (2003) explica ao cunhar o termo Inovação Aberta em seu livro homônimo que a universalização do conhecimento praticamente inviabiliza que se retenham nos centros de P&D os melhores talentos porque, além do custo elevado em mantê-los, não há mais como garantir que os melhores profissionais estarão em seus quadros e, mesmo que estejam, depender dessa estrutura como única fonte para o desenvolvimento de inovações é arriscado porque incute à uma potencial “cegueira” institucional.


É preciso olhar para fora dos limites organizacionais e, mais ainda, ultrapassar essas fronteiras e abraçar o ecossistema inovativo que, na lógica aberta, é colaborativo, fluido, ágil, integrado e, sem dúvidas, mais veloz e transformacional. De fato, uma quebra de paradigma. E, por isso mesmo, bastante desafiador para a maioria das empresas.


Iniciar o movimento desta mudança, passa quase que obrigatoriamente por um redesenho do modelo de negócios da empresa porque, conforme vimos brevemente na parte 2, Alexander Osterwalder (2010) nos apresenta que a versão aberta do modelo de negócios permite que empresas possam criar e capturar valor em colaboração mútua com uma rede de parceiros em vários pontos da cadeia de inovação.

Modelo de Negócio Aberto Acoplado.

Adaptado por Renata Castro de Osterwalder (2010) e Gassmann e Enkel (2004)

Esse modelo é bastante distinto do tradicional, fechado, porém, com o seu próprio conjunto de vantagens e desafios dos quais falaremos na sétima parte desta serie de artigos. Até breve!

 

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